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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Cobertura: Quintal do Lumo

Antes tarde do que nunca.
Na última sexta-feira, dia 12, fui e participei da festa Quintal do Lumo, no bar Quintal do Lima. Se você leu as postagens anteriores, deve estar sabendo do que se trata.

Bem, foi o primeiro evento externo do nosso Lumo Coletivo. (Digo nosso porque eu, Gago, participo) Como fugi da profissão de jornalista para escapar, entre outras coisas, da obrigação de ser crítico ou de não ser, o que eu escrever aqui está longe de ser uma análise imparcial ou institucional, espero. Que fique claro que as impressões abaixo são minhas, e não do coletivo como um todo. Nada de porta-voz oficial.

O evento da última sexta foi o primeiro experimento de produção do Lumo. Acho que a tentativa era começar com algo pequeno, mas nunca medíocre. Para quem não foi, tem uma matéria aqui do Recife Rock falando sobre a festa, sobre os shows e mais um monte de comentário interessante de pessoas que gostaram ou não do evento e da iniciativa do coletivo. Você pode aumentar a polêmica e fazer o Lumo ficar mais famoso: aqui. O Lumo agradece.

Quando cheguei no Quintal do Lima, me supreendí. Das últimas vezes que eu tinha ido o lugar tava bem sem graça, com aquele toldo antigo e mofado lá atrás e sempre sem iluminação. O dono da casa deu um upgrade bem bacana na parte onde acontencem os shows. Mudou o teto, colocou algo mais digno, comprou umas luminárias de jardim e pintou as paredes. Ficou bem melhor. O pessoal do Lumo deu uma embelezada com um cenário de belas bolinhas de papel coloridas, incrementou um pouco nas luzes e trouxe a música, claro, com uma bela ajuda no equipamento de som. Acho que o cara lá do Recife Rock também falou disso. Enfim, o lugar tá bem mais interessante pra quem quiser fazer shows.

Fora essa parte de shows, tinha um bazar das queridas Tereza Pimental e Dora Lucena no mezanino. As pessoas podiam, inclusive, trocar de roupa na festa, o que era bem divertido e curioso. Laércio também pintou umas coisas boas por lá e fez uma bela doação para a futura Galeria de Arte Cobertura. Você já pode fazer doações. Mande um e-mail para lumocoletivo@gmail.com.

Como é da cultura do Quintal do Lima, é impossível começar um show às 22h. Então a primeira banda começou perto da meia noite mesmo. Para quem gosta de reclamar de atrasos, infelizmente, não se pode mudar tradições milenares de um dia para o outro! As pessoas puderam contar, então, com a grande contribuição de bom gosto musical do Dj Justino Passos antes que os shows começassem.

Pelo que sei e ví, tudo correu bem e as pessoas me pareciam agradáveis e/ou satisfeitas com o que estava acontecendo. A não ser por um comentário realmente engraçado que ouví por outros ouvidos: “isso aqui é algum resort pra eu ter que andar de pulseirinha?” Eu realmente admiro o senso de humor das pessoas (e falo isso sem ironia).

Depois, já pelas 3 horas da manhã, faltou cerveja no Quintal do Lima, fantou cerveja no bar da esquina e a festa acabou. Isso é terrível. Mas acabou. No futuro próximo e distante, espero que o Lumo consiga agregar mais e mais pessoas interessadas em produzir mais e melhor. Os endereços e contatos estão por aqui e por aí.

Segue algumas fotos do evento:


Público na área externa;



Bazar de roupas e acessórios;



Público na área interna;



Camarones Orquestra Guitarrística (RN)



Dante Augusto e Daniel Araújo, da Camarones.



Nuda (PE)



Detalhe da decoração em origamis!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Cobertura no MADA 2008

Era quase meia-noite e eu estava na rua com um ingresso na mão e procurando mais um pra um amigo que me acompanhava. Estava chovendo e o preço dos ingressos estava caindo, passamos uns 15 minutos negociando e conseguimos fazer um bom negócio com os cambistas gentis que trocaram meu ingresso e mais vinte e seis reais por dois ingressos de camarote, que seriam muito úteis mais tarde. Sábado era o último dia de festival, dia 16 de agosto, e era também meu aniversário. Eu nunca costumei comemorar aniversário em lugares públicos com muitas pessoas, mas como já era quase meia-noite, não fiquei preocupado com isso. Entramos eu e o amigo anônimo que me acompanhava e até tentamos chegar perto do palco, mas a chuva apertava e entramos no útil camarote. Compramos uma cerveja e ficamos observando meio de longe a tradicional macumba animada do Cordel do Fogo Encantado. O público se animava com a chuva e pedia mais, mais - o público de Natal é receptivo e simpático.

À essa altura do dia eu já havia bebido mais de uma dezena de latas de cerveja e já tinha os pés meio dormentes, a chuva não me incomodava e a área vip (camarote) estava cheio de pessoas que eu não costumo ver nos festivais de música que freqüento. Algo do tipo ‘whisky com muito red bull e mulheres loiras de bunda grande em roupas pequenas’. Achei que estava no lugar errado, mas pelo menos ali não chovia. O show do Cordel acabou e ficamos na expectativa do início de Seu Jorge. Como de costume em todos os dias de festival, a produção soltou uns picotados de plástico prateados pelo ar e soltou fogos que, claro, só fizeram barulho embaixo da chuva. Fiquei pensando pra onde iam tantos pedaços de plástico que voaram pelo ar e pararam nas areias da praia. Espero que eles sejam biodegradáveis.

O show do Jorge tem vários climas diferentes e o público parecia envolvido com a coisa. Com o tempo, fui ficando mais disperso, observando as pessoas à minha volta e tentei ir ao banheiro. Tive que arrumar uma alternativa terceiro-mundista e fugir do banheiro químico, que sempre estava lotado e demorava muito, muito.

As pessoas se aglomeravam mais por conta da chuva e uma mulher com olhar de psicótica passou por nós e perguntou o que estávamos pensando. Essas coisas acontecem, pode acreditar. Fiquei jogando conversa fora com essa maluca por um tempo até que percebi que estava sozinho. Meu amigo havia ido embora e meus outros amigos que estavam no festival também já tinham desistido da noite. Eu continuei lá e vi, de longe, uns pedaços da performance de Montage, sempre divertida.

Um dia antes, sexta, dia 15, assití ao show de Lobão. Aquilo me transportou à minha infância em Natal. (Nasci lá e me mudei pra Recife aos 7 anos de idade). Lembrei que Lobão sempre era preso e eu via isso pela tv. Lobão era como um símbolo da loucura e da transgressão. Todo mundo lá em casa odeia ele. Mas eu gostei de vê-lo e ouvi-lo pela primeira vez na minha vida. O som estava mais audível do que o d’O Rappa, no dia anterior.

Na quinta, dia 14, abertura do festival, cheguei mais cedo, coisa não comum no Mada. A maioria das pessoas chega bem tarde e prefere ver somente o show das grandes atrações. Só não sei exatamente porque as grandes atrações tem que tocar somente no final da noite. Afinal de contas, as pequenas atrações também podem provocar prazer e satisfação ao público!

Não assisti ao show dos conterrâneos da Amps & Lina, mas perguntei pra eles como havia sido e eles haviam gostado do que tocaram. Vi todos os outros shows da noite. Já que neste dia eu ainda estava sozinho, sem meus companheiros Lumanos de Recife, a maior atração era, de fato, o palco.

Na seqüência da minha memória, lembro de Sweet Fanny Adams e de uma banda de reggae natalense bem estilosa e competente, Rastafeeling - o cantor levava à sério o estilo Bob Marley. Depois ainda entrou uma turma da pesada do Band New Hate e o Rappa fechou a noite com o som bem alto, bem alto mesmo. Há trinta metros do palco eu não escutava minha própria voz.

Nos dias posteriores do festival, sexta e sábado, ainda tentei chegar mais cedo, mas como eu ainda não sabia que eu faria a cobertura do Mada para você, nosso querido leitor, e como, também, minha viagem pra Natal era mais familiar do que de negócios, segui as maneiras locais e cheguei perto da meia-noite. Devo ter perdido alguma coisa.

Agora, vendo a programação no site ainda lembro do bom show de Josh Rouse e de bons comentários sobre o Curumim. Depois procurem no myspace. Dentro do quesito ‘atrações do Mada’, ainda posso citar uma tenda eletrônica colorida com teto transparente, cerveja de latinha por 2 reais, muito vento, uma feira com alguns objetos curiosos, um estande da uma multinacional em que as pessoas jogavam vídeo game, um visual bonito e um clima agradável para os que não estavam na chuva.