quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Brasil inaugura o futuro do cinema











fonte: Marcelo Barbosa, do Coletivo Noize para o Portal Fora do Eixo


O Brasil inaugurou o futuro do cinema.

No último 30 de Julho, foi realizado em São Paulo o que vem a ser uma das mais pioneiras experiências na área de transmissão de dados por redes de alta velocidade.

Elevando o Brasil a um novo patamar em termos de distribuição, acesso e interligação de grandes bases de dados, a apresentação que transcorreu durante o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE) exibiu a primeira transmissão de um longa-metragem em superalta definição do Brasil para outros países.

O palco? O Teatro Popular do Sesi, na Avenida Paulista. A plateia? Brasil, Estados Unidos e Japão.

O filme Enquanto a noite não chega, direção de Beto Souza e Renato Falcão, foi exibido nos três países em tempo real e transmitido em uma qualidade impressionante.

A superalta definição, já mencionada anteriormente, nada mais é que a resolução 4K de filmagem, ou seja, um filme com cerca de 8 milhões de pixels por quadro. Para uma noção mais abrangente: as atuais transmissões comerciais de cinema digital têm apenas 2K de resolução, cerca de 2 milhões de pixels/frame.

Outro dado interessante do formato é o tamanho atingido por um filme 4K: 2 segundos de projeção atingem a marca dos 2gb, enquanto o filme completo, com 70 minutos de projeção, atinge em média de 4 a 8 terabytes. Novamente, para você ter uma ideia: 4mb é o tamanho médio de um mp3 de música, 2Gb é o equivalente a cerca de 500 músicas no seu HD, já 4 a 8 terabytes (4.000 à 8.000 Gb), bem... 4 a 8 terabytes são muitas, mas MUITAS músicas mesmo.

Além da estrutura do filme, para o envio em tempo real foram necessárias redes fotônicas com velocidade de 10Gbps (em um panorama geral, as conexões de banda larga mais rápidas do mercado brasileiro têm 100 Mbps, o equivalente a um centésimo da capacidade necessária para transportar o filme, enquanto as conexões populares raramente chegam a ultrapassar 1Mbps). Tais redes fotônicas - redes de alta velocidade em fibra óptica - foram criadas para servir e interligar grandes centros de pesquisa (desenvolvedores de estudos na área) ao redor do mundo. Nesse ponto, a experiência realizada entra como pioneira na utilização de tal infraestrutura para transmissão de cinema, estabelecendo um marco na criação de novas formas de utilização dessas redes.

A tecnologia promissora e a experiência inovadora deixam brecha para que, além de centros de pesquisa avançados, espaços e instituições culturais também possam se interligar na rede, possibilitando a transmissão de conteúdo, em tempo real, para várias cidades brasileiras e para o mundo.

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