quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Entrevista:

*realizada por e-mail com Carlinhos Carvalho, guitarrista da Tabacos de Guevara:

Ricardo Maia Jr. – Carlinhos, conta como começou a banda? Como e quando vocês se conheceram, enfim?

Carlinhos - Começou com Arthur e seu amigo imaginário. Jorge, Arthur e Leandro através de amigos em comum e no início de 2007 formaram a banda. Com a saída do primeiro guitarrista, em outubro do mesmo ano, eu fui o último a chegar, fechando assim a formação atual.


R M - O que vocês escutam como elo do som da banda e o que ouvem mais, ultimamente?

Carlinhos -Cada um tem um universo próprio de sonoridades. Não poderíamos nunca fugir disso, cada um vem de um lugar. Ou mais regional ou mais internacional. Há, por exemplo, Franz Ferdinand como uma banda que todos ouvem. Mas tem gente ouvindo Lenine, outros pesquisando sonoridades mais regionais, e outros buscando influências e sonoridades de bandas dos anos 70. Circula de Babau do Pandeiro e Luís Gonzaga à Radiohead e Dream Theater, sem crise.


R M – Fala um pouco de como é trabalhar no Recife com música independente.

Carlinhos - Antes de mais nada é preciso abrir os olhos. É preciso saber com quem você irá trabalhar e a que você irá se submeter. Existem pessoas realmente preocupadas em fazer a cena crescer, girar e melhorar os parâmetros culturais; e outras pessoas que esses quesitos estão nos finais de suas listas de prioridades.


R M – Comenta sobre o show que vocês estão montando para esta sexta-feira na Aeso.

Carlinhos - O show vai ser baseado no repertório que estamos montando para o nosso primeiro disco, com ênfase nas músicas compostas recentemente. Também iremos disponibilizar um pequeno livreto contendo as letras de nossas músicas em formato de literatura de cordel.


R M – O que vocês buscam com a Tabacos?

Carlinhos - Acho que a busca não só no caso da Tabacos, mas na música em si é a troca de sensações e informações que faça com que esse caminho da música com o ouvinte seja especial. Mas partindo para uma ótica do que nós almejamos, nós miramos sobreviver um dia através do nosso trabalho. Tem que ralar, correr atrás, não precisa esperar por ninguém...


R M – Por que cantar em português?

Carlinhos - Porque cantar em inglês é muito fácil. Brincadeira. Porque acreditamos que faz mais sentido expressar nossa música na nossa própria língua. Mas quem sabe rola umas versões em Espanhol, Tcheco...

R M – O que Che diz p'ra vocês como conceito ou exemplo?

Carlinhos - Não tratamos do Che remetendo-o necessariamente à figura histórica. Vestimos ele de Tio Sam. Aí já podemos ter pistas dos sentidos possíveis...


R M – Como é lidar com os fãs recifenses?

Carlinhos - Rapaz, até agora não houve nenhum incidente, tá tudo ocorrendo de uma forma tranqüila e amigável. Se quiserem marcar pra tomar uma cerveja conosco ou fumar um charuto do Che, é só mandar um e-mail ou ligar pra nós e marcar esse grande encontro.


R M – Primeiro evento de vocês com o Lumo coletivo. Como você avalia essa parceria?

Carlinhos - Vai ser uma experiência muito positiva tenho certeza disso. Tendo em vista os eventos que o Lumo Coletivo produziu, que foram impecáveis tanto na organização quanto produção, sonoridade, e aos propósitos no qual o Coletivo se insere. A Tabacos espera sempre ser uma aliada do Lumo, não só para tocar mas também para trocar idéias, mão-de-obra e serviços.


R M – O que vocês buscam dizer em relação à letra e também à sonoridade da banda?

Carlinhos - Em relação à letra, não haveria o assunto a ser tratado. Um baterista que nunca apareceu e uma passagem pela OMB viraram tema. E para além de uma história só da banda, nos envolvemos com temáticas que concernem ao Brasil como um todo, por exemplo, a música que vamos estar tocando pra vocês, Voz do Brasil, retrata isso. Nossas letras têm basicamente mistura de uma temática crítica e bom humor. Rimos do absurdo. Se fosse pra definir a sonoridade da banda, preferiríamos definí-la de modo provisório. A sonoridade é basicamente rock, ouvimos diversas bandas da história do rock n'roll e também as atuais, como Strokes, Franz Ferdinand, etc. Temos também passeios na bossa, blues, valsa, samba, outras coisas. Mas estamos atentos a outras sonoridades possíveis, de qualquer geografia.

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