quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Entrevista: Calistoga

por Arthur Dossa


O Calistoga é uma banda potiguar nascida no final de 2004 naquela clássica história do rock: quatro caras que já tocavam em outras bandas da cena local resolvem se juntar para tirar um som e a partir daí não pararam mais. Em 2005 gravaram seu primeiro EP, com um som calcado no grunge e no hardcore, ampliando essa proposta em 2006 com o segundo trabalho, o EP ”Silence is too loud”.

O terceiro EP, intitulado “New way to say”, de 2007, já apresenta uma sonoridade bem diferentes dos antecessores, a banda passeia por um indie rock no melhor estilo At the drive in. E este ano a banda vem divulgando seu novo cd, o recém lançado “Normal People’s Brigade”.

Troquei uma idéia por e-mail com o Dante, vocal e guitarra e com o também guitarrista Henrique. Vale ressaltar que o Calistoga e uma das atrações do Quintal do Lumo II, que ainda terá as bandas A Comuna e Macaco bong (MT), exposição e intervenções da artista plástica Mari Patriota , exibições de vídeos comandada pela TV Primareva, além do selo de qualidade Lumo coletivo. ; )


Arthur Dossa:
E aí, galera... uma coisa que eu sempre quis saber é como funciona a questão dos projetos paralelos. O Dante, além do Calistoga, toca também no Sinks e na Camarones Orquestra Guitarrística, o Henrique também toca na Camarones. Até onde o esses outros projetos ajudam e atrapalham a banda?

Dante:
Pra mim eles só ajudam pq nos forçam a pensar e agir musicalmente com diferentes pessoas e necessidades musicais, nos forçam a estar sempre praticando pq quando não tem ensaio de uma tem de outra, quando não tem show de uma tem de outra. Nos força a compor em diferentes estilos e adquirir diferentes linguagens. Atrapalharia na questão da popularidade das bandas, alguma pessoas podem não gostar de poucas pessoas em varias bandas, e de ver shows de bandas totalmente diferentes em que só alguns integrantes mudam.
Mas pra mim isso é o de menos.

Pra mim se trata da musica e não das pessoas e se eu achar que ter várias bandas promove meu crescimento musical, vou continuar tendo várias!!

Henrique:
Acho que os projetos paralelos sempre somam no final, o fato de estar tocando outro som com outras pessoas acrescenta bastante na experiência como músico, e também abre mais a cabeça. Em relação a atrapalhar, acho que não atrapalha, já que somos todos amigos, e tentamos sempre manter todos atualizados da agenda de cada banda pra não ter problema!


A. Dossa:
O Calistoga é um banda ligada ao Dosol. Como funciona essa parceria?

Dante:
Lá vai a minha: o Dosol é uma força do rock potiguar, eles dispõem de estrutura, pessoal interessado e disposição quando se trata de agitar a cena potiguar. Esse perfil combina totalmente conosco da banda Calistoga. É muito mais fácil se unir com as pessoas que tem o mesmo objetivo que vc do que fazer tudo sozinho. Por isso pode-se dizer que o Calistoga faz parte do Dosol...

Henrique:
Somos ligados ao Dosol sim. Fora o fato de eu e Dante trabalharmos no Dosol, eu como técnico de som do Dosolrockbar e Dante como técnico de gravação do estúdio Dosol, a banda tem um certo vínculo com eles, os nossos últimos dois trabalhos foram lançados também pela Dosol, no site tem como baixar de graça... Na verdade acho que em Natal praticamente todas as bandas de rock tem ligação ao Dosol, já que eles tem o bar onde as bandas tocam, o estúdio onda as bandas podem gravar e o festival, que é uma forma de divulgar as bandas da cidade para fora! Aqui o lance é todos se ajudando para a coisa andar, a banda que faz isso com certeza vai ser ligada a essas pessoas.


A. Dossa:
Do primeiro EP de vocês para o "Normal People's Brigade" a sonoridade da banda mudou bastante, o que aconteceu de lá pra cá? O que vocês tem escutado ultimamente?

Dante:
Temos escutado quase o mesmo, pós-hardcore da escola Fugazi e At the drive-in e rock alternativo dos anos 90. A diferença acho que foi em nós mesmos: acreditamos que houve uma evolução enquanto compositores e arranjadores, acreditamos também que houve uma evolução na maneira como tratamos e aproveitamos nosso equipamento, conseguindo atingir sonoridades mais próximas do que nós sempre buscamos. O fato de termos gravado sozinhos dentro de estúdio também influenciou nessa sonoridade e acrescentou muito em nossas experiências

Henrique:
É verdade... acho que isso tudo é uma evolução, tanto de maturidade musical como até de equipamentos que agora temos e podemos utilizar. O que mudou foi basicamente isso. Agora estamos bem mais decididos no som que queremos fazer, não mudou muita coisa em questão de influências, eu pelo menos não largo certas bandas por nada, mas é lógico que sempre aparecem coisas boas e que acrescentam pra gente.

Hoje em dia escuto bandas como Fugazi, The Mars Volta, QOTSA, Mr. Bungle, Battles, Kyuus, Embrace, NOFX, ah sei lá.. bastante banda brasileira, a gente nao precisa ir para fora do Brasil pra ver bandas ótimas e nem sequer ir para fora do Nordeste. É só ficar de olho!!


A. Dossa:
Todo o trabalho de promoção da banda é feito exclusivamente por vocês? Como dividem esse tipo de trabalho entre os integrantes?

Henrique:
É sim! Basicamente todo trabalho de promoção é feito pelo nosso baixista, Gustavo. Ele é quem faz as nossas artes, é ele quem cuida do nosso Myspace, fotolog e afins. Ele trabalha como diretor de arte, então saca muito disso, e como eu particularmente sou pedreiro nesse aspecto, fica mais na mão dele essas coisas. E tamo bem satisfeitos com o resultado!

Dante:
Esse trabalho fica quase que exclusivamente voltado para o Gustavo, que é nosso baixista. Além de baixista, ele é designer gráfico e publicitário. Temos muita sorte de ter um cara assim na banda, pq essa da divulgação é uma perna essencial nos dias de internet e ele dá conta muito bem dessa parte, além de conceber visualmente tudo o que a banda precisa nessa área, além disso tem o site Dosol que está sempre nos apoiando e divulgando coisas sobre nós,
além da Xubba do lado R e da Irregular Discos de São Paulo, que são todos os selos envolvidos nesse lançamento. Eles estão sempre nos divulgando por aí afora também.


A. Dossa:
Com o lançamento deste trabalho quais são os próximos passos da banda? Vocês não tocam no recife há algum tempo, qual a expectativa para o show? (o Dante e o Henrique não podem responder por que vieram mês passado com a Camarones, hehe).

Henrique:
Bom, como o Gustavo e o Fernando não tão respondendo por que estão trabalhando, vamos responder mesmo assim heheh
O próximo passo da banda é tocar em mais lugares possíveis, divulgar bastante o nosso material e gravar o quanto antes um novo material que já está sendo feito. Com o Calistoga só tocamos uma vez em Recife, que foi no festival Nordeste Independente esse ano. O show foi ótimo, o pessoal gostou, fizemos amigos, divulgamos nosso material passado muito bem por lá. Nesse show de agora vai ser ótimo com certeza, vamos tentar fazer um show ótimo para as pessoas que conhecem a gente e para quem não conhece também. E fora que o espaço é legal, as bandas são ótimas, o pessoal que faz o role são tudo amigo e a casa Lumo é fantástica hahah
É isso aí. Valeu pessoal.

Espero que vocês arrumem os erros de português. Eu e Dante não passamos de dois rockeiros burros hehe

Abração aí e valeu pela oportunidade.


[PS de Rapha: dei uma guaribadinha no texto aqui e acolá, rockeiros. Até deixei alguns errinhos, senão fica certinho demais, e isso não seria muito rock n’roll!]

2 comentários:

Ana Morena disse...

Pense numa banda FODA!!!! A galera que for pro show vai chocar, tenho certeza!

Anônimo disse...

Massa
amanha coloco no fotolog!
abração galera, até sabado.