quinta-feira, 25 de junho de 2009

Como foi pro Lumo? Noites Abrafin/Fora do Eixo

Texto: Roberto Scalia
Fotos: Flora Pimentel

Nobre leitor, imagine misturar cooperativismo, economia solidária, calor e muuuuuita música. Pois é. Eu digo logo: quem foi, foi. Quem não foi, terá que se contentar em imaginar a chuva que deus deu caindo, enquanto a Rua Tomazina e o Burburinho pegavam fogo com essa mistura. Assim foram os três dias do evento Noites Abrafin/Fora do Eixo, realizado em parceria pelo Lumo Coletivo, Circuito Fora do Eixo e Abrafin. Totalizando um público de mais de mil pessoas e 15 shows incríveis de bandas de todo o Brasil, fazia tempo que o Recifão não via um evento desses, misturando música autoral de qualidade e um festão bombado. Pois é, caro leitor, bombou, como você pode ver pela tristeza da nossa cara Mayara na foto abaixo.

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Esse é o chamado Problema-Que-Todo-Mundo-Quer-Ter

Quem foi e sacou o evento, sentiu a energia que flutuava por lá, algo diferente. E realmente esse evento foi diferente. Marcou um novo passo na história da cena. Exagero? Não. Explico quais as diferenças.

A primeira é fácil, o público notou de cara quando chegou lá: dois palcos? Sim, o Lumo organizou dois palcos, um principal e o palco AESO (que apoiou o evento). Mas claro que o destaque não foram os palcos em si, mas os artistas que lá pisaram. Apesar de menor, o palco AESO foi um dos destaques da festa. Uma seleção de craques (Júlia Says, Bande Ciné e Ex-Exus) tocava entre os shows do palco principal, não deixando a festa parar. Nobre leitor, foi roqueiro bailando, bebendo, endoidando, por aí vai. Como sou músico, e não crítico, não falarei dos shows em si. Só menciono que presenciei alguns dos melhores shows que já vi, em ambos os palcos, como o da pernambucana AMP e a revelação Ex-Exus.

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Vai contando comigo: um palco...


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mais um palco...


Voltando às diferenças do evento, eis que listo o bar e o brechó Lumo. Vejam só. Na quinta, primeiro dia, começou a cair tímida aquela chuvinha, foi ganhando corpo, e chuva e chuva....virou tempestade! No comecinho, a galera bem sentiu um frio na barriga pensando “Ih....não vem ninguém!”. Mas esse frio na barriga logo foi para as mãos do pessoal do bar, que não parou de servir cerveja pro povo que tinha sede. Do lado do bar, o breshó Lumo, onde você podia comprar cd´s, vestidos, ou uma camisa sequinha, descoladex e in por apenas 5 conto (isso mesmo, cinquinho). Mas ai cheguei na diferença. Não eram necessariamente 5 reais. Todas as bandas receberam 50 ULVs – Unidade Lumoeda de Valor, uma versão beta de nossa futura moeda solidária que se chamará Lumoeda. Com elas, as bandas se esbaldaram no bar, compraram bebidas, trocaram com brothers. O público também recebia ULV´s no troco do bar, que podiam ser utilizadas para os mesmos fins. Para nossa alegria, nos três dias formou-se um verdadeiro escambo paralelo no evento, mostrando pela primeira vez no Recife, na prática, todo o potencial da idéia de crédito complementar.

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mais banquinha, mais brechó...

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mais uns aditivos = felicidade total!


Para nós, mostrar que é possível unir os ingredientes do começo do texto foi nossa grande vitória. Aqui em Recife, muitos ainda não conhecem as idéias do Circuito Fora do Eixo e dos coletivos que o compõem, mas esses tiveram uma pequena amostra de como o cooperativismo e a economia solidária podem de fato fomentar cultura, viabilizá-la. O evento foi um sucesso de público e crítica. Grandes produtores de todo o Brasil não só elogiaram a parada, como estavam lá justamente pra discutir os novos rumos desse movimento, junto com representantes do MinC, Funarte, entre outros.

Eles sabem que o sucesso de um evento desses é fruto exclusivo do sangue da equipe que estava lá, trabalhando para o próximo. Ver fotógrafos, produtores e músicos de bandas como a Nuda e Joseph Tourton trabalhando, por exemplo, num bar ainda é uma cena incomum em Recife. No resto do Brasil, não. Mas é justamente essa cena que representa os novos rumos do cenário nacional. Indivíduos que se manifestam e se sustentam parindo arte e ferramentas para que o próximo também se sustente.

Pra finalizar, não poderia deixar de brincar com o velho termo do candomblé que simboliza a energia vital. Sim, nobre leitor. Quando ouvir o burburinho sobre esse evento e sobre o clima que pairava por lá, não se esqueça que tudo feito com “axé” vale a pena. valeu ou não valeu?

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"ÊÊÊÊ! Valeu!" Gritam todos

10 comentários:

Cacau disse...

vale demais seus cabra!
coisa mais linda todo aquele trampo sendo desenvolvido, redondinho! parabéns

nobre_abrafin disse...

Foi genial, parabéns para galera do Lumo e para articulação no Recife, no Nordeste e Nacional!

Rock sempre!

F. Nobre

Raphiro disse...

Valeu galera! Estamos editando os vídeos pra quem não foi poder também dar uma sacada. Fica o agradecimento de todos do Lumo aos presentes lá na festa, aos comentários, elogios e críticas. Estamos aqui pra aprender e fazer cada vez mais.

Isadora disse...

Valeu muito a pena. Excelente texto Scalia. Parabéns ao Lumo, pela festa, pela organizaçao, por provar que aqui tem sim um publico que comparece e que esta disposto a pagar para ir em um evento. Foi muito feliz ver tudo dando certo, a casa cheia, o bar lotado e shows muito bons.
Mandaram muit bem, alias, mais do que isso. :)

EX-EXUS disse...

Larôye, galera do Lumo!

Gago disse...

Sucesso, muito sucesso! Parabens mesmo a todos que organizaram e participaram.
Sinceramante, só ouví elogios!
E que venham mais e mais Lumoproduções!
(belo texto, Scalia)
Abçs a todos,

Anônimo disse...

muito doido isso dos caras das bandas no bar.

Filipe (Peu) disse...

Foi massa.. Trampo Real, mas é bonito ver o lance funcionando !

Mayara Rocha disse...

Essa minha foto está uma lindeza só, dá-lhe com muito axé!

yasmin disse...

faria tudo igual de novo!
se rolar todo final de semana, pode contar comigo! uhuuuuu.
cheiro na alma de tudin :*