terça-feira, 26 de maio de 2009

Como foi? Observa e Toca 23/05

O tema do Observa e Toca dessa semana foi bem amplo, até um pouco subjetivo demais: O Papel do Músico Hoje. Os palestrantes convidados foram os músicos Silvério Pessoa e Jacques Waller, este último vocalista da banda Rabujos. Como sempre, mediados por Evandro Sena.

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Silverio, Evandro e Jacques

Traçando um panorama evolutivo e antropológico do consumo de música e do tal papel do músico em Pernambuco, Silvério Pessoa começa citando desde a época que não existia uma indústria cultural, lembrando os índios que saíam pela selva, desapareciam por dias até voltar à tribo com uma nova canção até os ciclos de consumo. O primeiro ciclo seria a cultura da família Gonzaga até chegar no grande Luiz. O segundo seria o nascimento da gravadora Rozemblit e sua força na divulgação local do frevo. O próximo ciclo, segundo ele, foi o das idéias de Chico Science, o “Faça o que você é que dá certo”, seguindo para o ciclo atual, do mercado independente, onde saem de cena as gravadoras e o músico é emancipado, entrando os novos paradigmas de produção como gravações caseiras, artista investidor, que cria, produz, distribui, coordena e desperta a atenção de novos mercados. O grande desafio e papel do músico de hoje, em suas palavras, é continuar.


O vocalista da banda Rabujos, Jacques Waller, veio trazer a experiência de 15 anos no complicado meio punk rock-hardcore-música extrema. Complicado porque nesse meio o conceito do Do It Yourself chega a ser extremo, com os integrantes se negando a buscar qualquer forma de ajuda pra não ser taxado de traidor do movimento. Aliado a esse percalço está o fato do público ser fiel porém rarefeito. Disse que a cena se manteve viva nesses anos muito por conta das novas tecnologias, que possibilitaram gravações caseiras ou por preços bem inferiores aos praticados nas décadas anteriores, além das facilidades de divulgação e contatos para circulação decorrentes da internet.


Num resumo geral, foi conversado algo que já vem sido discutido há tempos, inclusive no próprio Observa e Toca: o novo papel do músico vai além da simples composição e execução das músicas, sendo designado a ele as tarefas antes executadas pelas grandes gravadoras.


Nas atrações musicais, showcases de Vadú e de Filipe Mukenga, seguido pelos shows de Mestre Galo Preto e Ska Maria Pastora. Detalhe bonito foi Mestre Galo Preto dançando com TODAS as pessoas que estavam dançando no Observa e Toca.

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O cabo-verdiano Vadú

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Mestre Galo Preto

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Ska Maria Pastora

Um comentário:

Mozart disse...

O Vadu é caboverdense e o Filipe Mukenga é angolano, não?

Parabéns pelo blog !