Por André Balaio
Ainda sob efeito do show de ontem...
Los Hermanos pareceram jogar um amistoso... tudo tranquilo, mas sem muito ânimo ou empolgação. Pareceram só estar ali por causa da grana. O som estava péssimo, voz muito alta, bateria quase inaudível. Logicamente as hermanetes presentes não se incomodaram e enlouqueceram. Camelo e Amarante deram sinais de camaradagem no palco, mas a sensação de "já tou em outra" ficou no ar. Pior show dos LH que vi na vida.
Kraftwerk fez um belo show. Low profile, com belas imagens. Foi o primeiro deles que vi, mas fiquei achando que era um show antigo, ou seja, não é uma nova turnê. Ainda tem a imagem de Florian Schneider no telão e Florian saiu no ano passado. Interessante observar que a banda - que já foi o que de mais moderno e tecnológico existiu - agora tem uma abordagem retrô, com imagens antigas (modelos em P&B em "The Model", carros anos 70 em "Autobahn"). Mesmo imagens novas foram recicladas em preto e branco, como em "Tour de France". Ou seja, Ralf Hutter e seus asseclas fazem um futurismo retrô que dá saudade de um futuro que era imaginado tempos atrás. Tocante.
Radiohead fez um show difícil de descrever: histórico, comovente, impactante, surpreendente. .. Foi um show longo, mas que pareceu passar tão rápido! Tocaram todo o repertório do In Rainbows e muita coisa dos outros discos... Idioteque, Karma Police, There There, até Creep fechando o segundo bis! Sim, foram dois bis, cada um com três, quatro músicas cada. Platéia em transe, comunhã o total com a banda. As imagens com vários tubos que refletiam luzes, micro-câmeras que pegavam ângulos inusitados dos músicos e faziam um mosaico de telão, foram um show a parte... Ou seja, não teve pantim, não teve frescura politicamente correta. Apenas música e imagens de uma intensidade pouco vista. Um dos melhores shows que vi na vida, para contar aos netos.
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