Recife, 24 de Fevereiro de 2009
No meio da tarde se chegava com facilidade no Recife Antigo, do lado do Teatro Santa Isabel, já se via os flanelinhas reservando seu pedaço de chão, em busca do Real no bolso, afinal: - É cinco conto adiantado Doutor! Resolvi pegar um ônibus na frente da minha casa e descer na famosa Rua do Imperador. Cheguei no Recife Antigo umas 16:30 e a primeira atração do RecBeat estava marcada para 20hrs.
Devidamente acompanhado de minha namorada, resolvemos, para passar o tempo, seguir pra Rua do Bom Jesus. Péssima idéia! Gente que não se acabava mais, um maracatu emperrado, pois a quantidade de idosos tomadores de whisky, famílias reunidas, crianças com roupas de Homem-Aranha, ocupavam a calcada, com suas mesas reservadas. O cenário caótico tinha motivo, Elba Ramalho, com sua beleza plástica, apareceria na casa da Globo e cantaria um dos nossos milhares de temas de frevo para o delírio do povo. Passou-se o aperto e, entediados, demos a volta e seguimos a Rua Tomazina, onde decidimos estourar um cerveja de 600ml a R$ 3,00 e curtir um dos inúmeros Maracatus que desfilam pelo Carnaval do Recife Antigo.
A noite começa a cair e seguimos pro local do RecBeat. Macaco Velho, já tinha trocado no ônibus meu dinheiro grudado por notas de R$ 2, Afinal, era dinheiro contado para caipirinha, água, salsichão e tapioca. Sempre pelo preço de R$ 2 cada item, assim já garantiria a birita e o jantar, o dinheiro do taxi de volta pra casa, já estava seguramente reservado no bolso da namorada. Já eram 18 horas e o set do Cordel de Fogo Encantado, estava todo no palco com 3 praticáveis e um naipe imenso de percussão, a equipe da banda se esforçava na passagem de som com toda aquela quantidade de instrumentos, microfones e para ajustar o volume dos retornos do palco em menor tempo possível. O PA tava em boas mãos, o Fernando, o cidadão que operava a mesa já era experiente e já havia rodado o mundo com altos artistas brasileiros. A banda subiu e tocou 2 músicas, um início de platéia já se aglomerava e aplaudia a passagem de som. Bateu a fome, jantar tapioca com queijo e coco e um salsichão, e pra beber, another caipirinha da morena.
Por falar em bebida, mijar foi uma das coisas que me deixou perplexo, haviam retirado 6 banheiros químicos do lado da Igreja Madre de Deus, que eu tinha visto no Domingo. Onde foram parar?!? Homens mijavam nos cantinhos e as mulheres se enfileiravam no Shopping do Paço, que por sinal, foi uma ótima sacada em deixar aberto, servindo como opção de alimentação e distração para famílias que tinham levado crianças. Havia uma animadora cantando alguns dos nossos milhares de frevos de bloco. Loucura, carnaval dentro de Shopping, Surreal! Mas tava rolando e ainda faltava 1 hora para o início do show. Às 20h30m anunciam a primeira banda da noite.
Burro Morto, banda instrumental muito boa da Paraíba. Já conhecia o som quando produzimos o show da Prévia do Grito Rock e no Grito Rock Porto de Galinhas, Com o tempo de 40 minutos a banda preferiu apresentar todas as musicas do EP recentemente lançado, diminuindo o clima de “jam session”, comum nas suas apresentações. Catcha a Fire and Have Fun ! Essa turma mostrou que pode ser um nome promissor no cenário musical do Brasil.
Junio Barreto, era assim que anunciava o letreiro oficial do RecBeat, a banda tocou o trabalho autoral do artista em ritmos de Samba Marcha Lenta. Acompanhado de alguns bons músicos , destaque para a baterista, uma dread com cara de gringa que batia com firmeza, conseguiu agradar a platéia que parecia já conhecer o som do artista. Um coisa interessante do show foi o próprio Junior Barreto, que se mostrou com pouca presença de palco, mas com talento para composição em suas letras. Mostra que tem que acabar com a cisma do compositor, que por timidez ou introspecção, não consegue subir ao palco e espera um dia que algum intérprete grave suas canções. Bobagem, hoje em dia, quem corre atrás consegue seu espaço e seu público.
Próxima banda - Giovanna do Uruguai, dona de belíssima voz e uma simpatia cativante, um piano no palco, um baixo acústico e uma sanfona daquelas de Astor Piazolla, entoava canções calientes em ritmo de Tango Cabaré. O público de início estranhou uma banda sem nenhuma bateria ou percussão, mas deu chance. Não ia botar o público para bailar, mas a platéia curiosa reagiu positivamente durante o show. Iniciou-se uma chuva com gotas leves, suficiente para dispersar o público, e fazer alguns irem embora.
Quem ficou e viu a banda Bomba Estéreo, um Raggaton a La Shakira, de graves explodindo nas caixas, bombando no peito do público e fazendo a turma se mexer. A vocalista tem um visual punk, a banda que varia entre o Dub, Ska e o Hip Hop, conseguiu fazer o público já ansioso por Cordel, se aglomerar e entrar no clima. Após o show, fizemos o caminho de volta, atravessamos a ponte e pegamos um táxi de volta pra casa.
Ah Sim, o show do Cordel ! Pô bicho aquela coisa, pela quantidade de gente que tava, o clima nublado, deve ter sido animado. Pois é.. resolvi voltar antes, sabe como é, dinheiro terminando, show de Alceu Valença lotando o Marco Zero, no RecBeat fãs se apertando pra ficar perto do palco, último dia de Carnaval, aquela coisa, todo mundo se jogando... Recife não é la uma cidade de ficar dando vacilo, enfim, como diz o Jorge Ben, “Eu só ponho meu boné, onde eu possa apanhar”.
Devidamente acompanhado de minha namorada, resolvemos, para passar o tempo, seguir pra Rua do Bom Jesus. Péssima idéia! Gente que não se acabava mais, um maracatu emperrado, pois a quantidade de idosos tomadores de whisky, famílias reunidas, crianças com roupas de Homem-Aranha, ocupavam a calcada, com suas mesas reservadas. O cenário caótico tinha motivo, Elba Ramalho, com sua beleza plástica, apareceria na casa da Globo e cantaria um dos nossos milhares de temas de frevo para o delírio do povo. Passou-se o aperto e, entediados, demos a volta e seguimos a Rua Tomazina, onde decidimos estourar um cerveja de 600ml a R$ 3,00 e curtir um dos inúmeros Maracatus que desfilam pelo Carnaval do Recife Antigo.
A noite começa a cair e seguimos pro local do RecBeat. Macaco Velho, já tinha trocado no ônibus meu dinheiro grudado por notas de R$ 2, Afinal, era dinheiro contado para caipirinha, água, salsichão e tapioca. Sempre pelo preço de R$ 2 cada item, assim já garantiria a birita e o jantar, o dinheiro do taxi de volta pra casa, já estava seguramente reservado no bolso da namorada. Já eram 18 horas e o set do Cordel de Fogo Encantado, estava todo no palco com 3 praticáveis e um naipe imenso de percussão, a equipe da banda se esforçava na passagem de som com toda aquela quantidade de instrumentos, microfones e para ajustar o volume dos retornos do palco em menor tempo possível. O PA tava em boas mãos, o Fernando, o cidadão que operava a mesa já era experiente e já havia rodado o mundo com altos artistas brasileiros. A banda subiu e tocou 2 músicas, um início de platéia já se aglomerava e aplaudia a passagem de som. Bateu a fome, jantar tapioca com queijo e coco e um salsichão, e pra beber, another caipirinha da morena.
Por falar em bebida, mijar foi uma das coisas que me deixou perplexo, haviam retirado 6 banheiros químicos do lado da Igreja Madre de Deus, que eu tinha visto no Domingo. Onde foram parar?!? Homens mijavam nos cantinhos e as mulheres se enfileiravam no Shopping do Paço, que por sinal, foi uma ótima sacada em deixar aberto, servindo como opção de alimentação e distração para famílias que tinham levado crianças. Havia uma animadora cantando alguns dos nossos milhares de frevos de bloco. Loucura, carnaval dentro de Shopping, Surreal! Mas tava rolando e ainda faltava 1 hora para o início do show. Às 20h30m anunciam a primeira banda da noite.
Burro Morto, banda instrumental muito boa da Paraíba. Já conhecia o som quando produzimos o show da Prévia do Grito Rock e no Grito Rock Porto de Galinhas, Com o tempo de 40 minutos a banda preferiu apresentar todas as musicas do EP recentemente lançado, diminuindo o clima de “jam session”, comum nas suas apresentações. Catcha a Fire and Have Fun ! Essa turma mostrou que pode ser um nome promissor no cenário musical do Brasil.
Junio Barreto, era assim que anunciava o letreiro oficial do RecBeat, a banda tocou o trabalho autoral do artista em ritmos de Samba Marcha Lenta. Acompanhado de alguns bons músicos , destaque para a baterista, uma dread com cara de gringa que batia com firmeza, conseguiu agradar a platéia que parecia já conhecer o som do artista. Um coisa interessante do show foi o próprio Junior Barreto, que se mostrou com pouca presença de palco, mas com talento para composição em suas letras. Mostra que tem que acabar com a cisma do compositor, que por timidez ou introspecção, não consegue subir ao palco e espera um dia que algum intérprete grave suas canções. Bobagem, hoje em dia, quem corre atrás consegue seu espaço e seu público.
Próxima banda - Giovanna do Uruguai, dona de belíssima voz e uma simpatia cativante, um piano no palco, um baixo acústico e uma sanfona daquelas de Astor Piazolla, entoava canções calientes em ritmo de Tango Cabaré. O público de início estranhou uma banda sem nenhuma bateria ou percussão, mas deu chance. Não ia botar o público para bailar, mas a platéia curiosa reagiu positivamente durante o show. Iniciou-se uma chuva com gotas leves, suficiente para dispersar o público, e fazer alguns irem embora.
Quem ficou e viu a banda Bomba Estéreo, um Raggaton a La Shakira, de graves explodindo nas caixas, bombando no peito do público e fazendo a turma se mexer. A vocalista tem um visual punk, a banda que varia entre o Dub, Ska e o Hip Hop, conseguiu fazer o público já ansioso por Cordel, se aglomerar e entrar no clima. Após o show, fizemos o caminho de volta, atravessamos a ponte e pegamos um táxi de volta pra casa.
Ah Sim, o show do Cordel ! Pô bicho aquela coisa, pela quantidade de gente que tava, o clima nublado, deve ter sido animado. Pois é.. resolvi voltar antes, sabe como é, dinheiro terminando, show de Alceu Valença lotando o Marco Zero, no RecBeat fãs se apertando pra ficar perto do palco, último dia de Carnaval, aquela coisa, todo mundo se jogando... Recife não é la uma cidade de ficar dando vacilo, enfim, como diz o Jorge Ben, “Eu só ponho meu boné, onde eu possa apanhar”.
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