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Quem passar hoje na Rua Engenheiro Clóvis de Castro, no bairro de Parnamirim, vai estranhar a casa de número
Projeto Acaixa explora linguagens como moda, design, pintura e fotografia. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press |
Ainda do lado de fora, na rua, um pega-varetas gigante que parece atravessar o teto da casa. Depois de entrar na caixa, o público encontra no jardim um árvore gigante montada com acessórios. Tem estopa, meia de seda, fios de silicone, tecido. As flores são de madrepérola. A obra é de Caio Vinícius, que atualmente assina os acessórios e é assistente de estilo da grife Meketref. "Estou utilizando todos os materiais que gosto, mas de uma forma caótica e, ao mesmo tempo, mesmo parecendo uma contradição, harmoniosa", explica o artista.
Nas paredes forradas por jornais, ainda no jardim, antes de entrar na casa, Glauber Monteiro, que assina Arbos em suas obras, pintou vários pássaros. Há cinco anos, o jovem faz pintura de rua. "Não gosto muito da denominação de grafite". E, realmente, a arte de Arbos não é o grafite à que estamos acostumados. Ele usa pincéis para dar o contorno fino aos desenhos de aves de cores fortes: verde, amarelo, preto, laranja. "Gosto de pintar a natureza, árvores, bichos, ser humano. Nada de urbano. Esse é o meu caos", diz Arbos, que tem apenas 18 anos.
Entrando na casa, uma sala foi reservada para os trabalhos fotográficos de João Arraes e Laura Morgado. No outro cômodo, vídeos de animação. Na salaprincipal, o caos urbano instalado. Raoni Assis, por exemplo, fez um trabalho em madeira. A imagem de uma mulher. Chegando mais perto, dá para perceber que a saia é feita de bitoca de cigarro. Os cabelos da mulher são de fumo. Ainda neste mesmo ambiente, as bolsas fluorescentes embaladas em marmitas de Catarina Calazans. Como se a vaidade fosse uma necessidade contemporânea tão veemente como a comida. E tem mais obras de arte no teto, no banheiro.
Esta é a segunda edição do projeto Acaixa. "Nós não temos carências de artistas, mas de espaços como este. Então, nada melhor do que usar o meu nome na moda para atrair a atenção para esses jovens artistas", explica Melk. "A convivência com esses artistas me rejuvenesce. Trago alimento artístico para casa".
Serviço
A caixa de Pandora
Onde: Rua Eng. Clóvis de Castro, 142, Parnamirim
Quando: Hoje, abertura para convidados, às 19h.
Na sexta, o público pode conferir a mostra das 19h às 23h30 e, no sábado, das 10h às 17h
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